Há um bom tempo eu venho
tentando escrever esse texto. Começo, paro, volto, apago, edito, leio, releio,
inspiro, tô sem inspiração, deixa que depois eu termino….
É que às vezes me parece tão
difícil falar de outra pessoa, falar da pessoa que a gente escolheu para viver
do nosso lado. De forma geral, a gente não escolhe por quem se apaixona. E eu
tive a sorte de me apaixonar por uma pessoa que cuida de mim para além de mim,
sabe? Que me conheceu antes do diabetes e me tratou da mesma forma depois do
diabetes. Que cuida de mim nas minhas crises de hipo e se preocupa nas minhas
crises de hiper. Que cuida de mim quando estou muito tempo sem comer e não
enche o saco nos meus momentos de “gula”.
E eu acho que a essência da
vida é essa: não procure por alguém que vai te dar presentes super caros, não
procure alguém que tenha um carrão bonito e não procure por alguém que vai ter
dar flores e chocolates todos os dias. Se você encontrar por aí alguém com
esses requisitos e que ainda assim esteja ao seu lado apesar das suas
fraquezas, então é lucro.
Eu procuraria por alguém que
vai entender minha variação de glicemia, que vai entender meu mau humor durante
uma hiper ou minha fraqueza em uma hipoglicemia. Que vai ser compreensivo
quando eu reclamar que meu gráfico de glicemia não está linear e que me
encoraje quando eu desanimar.
Felizmente, eu já encontrei
esse alguém.