No começo, minha relação com a ela foi a pior possível!
Pois é, quem diria que eu me apaixonaria por ela um dia!
Mas aconteceu, me apaixonei e hoje não imagino minha vida sem ela.
Esse texto poderia ser o
início de uma história de amor, mas é só a minha vida com a bomba de insulina!
A bomba de insulina é minha
queridinha. Ela melhorou muito a minha vida e o meu relacionamento com o
diabetes. Com ela, eu consegui eliminar a parte do tratamento que para mim era
a mais chata: as inúmeras injeções diárias.
Mas esse é só um dos vários
benefícios que a bomba de insulina traz pra minha vida e, automaticamente, para
o melhor controle do meu diabetes.
E se ainda ficou alguma
dúvida, vou compartilhar aqui alguns desses benefícios que me ajudam tanto
nessa caminhada:
> Ela tem a função
principal de imitar o pâncreas. Por isso, ela libera a dose de insulina basal
dividida ao longo do dia em microdoses. Assim, evita-se o risco de
hipoglicemia.
> Com ela, eu uso apenas um tipo de
insulina: Humalog (insulina lispro = insulina de ação ultrarrápida). Antes, eu
utilizava dois tipos: Humalog (Lispro) e Lantus (Glargina. Insulina glargina =
insulina de ação lenta).
> É possível evitar uma
hipoglicemia suspendendo a bomba (é o equivalente a desligar a bomba).
> Maior controle da ação da
insulina no corpo, durante o dia todo. Como a dose de insulina basal é dividida
em microdoses ao longo do dia, em determinada hora do dia eu posso interromper
ou diminuir/aumentar a dose. Exemplo: minha glicemia tende a cair quando eu
faço exercícios físicos à noite. Por isso, se eu resolvo ir à academia à noite,
30 minutos antes eu regulo a bomba para aplicar somente 50% da dose de basal
durante 2 horas, que seriam 30 minutos antes da atividade, 1 hora de atividade
e 30 minutos após a atividade. Isso ajuda a evitar uma hipoglicemia durante a
atividade ou depois da atividade.
> A troca do conjunto de
infusão (cateter + insulina) é feita a cada 3 dias. Então é preciso apenas 1
picadinha a cada 3 dias.
> É possível aplicar bolus
várias vezes ao dia, sempre que preciso. Então não há desculpas para comer e
não aplicar insulina ou deixar de corrigir uma hiperglicemia porque não quer
furar a pele de novo.
> É possível corrigir
glicemias com microdoses, para que elas fiquem mais estáveis ainda. Por
exemplo, se minha glicemia tiver 155mg/dL, não é uma glicemia ruim, mas seria
melhor se ela estivesse abaixo de 140. Para isso, eu posso aplicar cerca de 0,2
unidade de insulina. Na caneta ou seringa isso não é possível, pois a menor
dose é 0,5 unidade (na caneta). Isso é o que chamamos de microdose. OBS: é bom
lembrar que as doses são individuais.
> Essa é pra quem odeia
matemática: a bomba de insulina faz os cálculos automáticos de quantas unidades
de insulina é preciso para o bolus ou correção daquela hora. Isso é possível
porque o médico define nas configurações da bomba as doses de insulina
basal, a relação carboidrato/insulina e o fator de sensibilidade. Se você não
sabe o que é isso, clica aqui para saber do que eu tô falando, porque eu
expliquei sobre isso em outro post.
> A bomba é um sistema
inteligente e ela tem outras opções de bolus, além do normal, para aqueles dias
especiais em que você vai ficar comendo por mais tempo (como em um rodízio ou
festa, por exemplo, ou quando você come uma comida mais gordurosa, como pizza).
Você programa na bomba o tempo que você vai ficar comendo, insere a quantidade
de carboidratos e a bomba calcula a divisão da insulina, de acordo com o tempo
que você estipula.